1755 – Ordem 3a. de N.S. do Carmo

Em 16 de julho de 1755, dia de Nossa Senhora do Carmo, é lançada a pedra fundamental para a construção da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, no antigo Largo do Carmo, atual Praça XV de Novembro. A ordem religiosa havia sido criada em 1648. Instalados em uma pequena ermida do Convento dos Carmelitas, iniciaram a construção de sua própria igreja no terreno ao lado. A Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo foi sagrada em 1770; a execução da Capela do Noviciado, atribuída a Mestre Valentim, iniciou-se em 1772.

Observa-se que o Mestre Valentim, além da Capela do Noviciado, é autor das talhas da capela-mor, onde se acham os nichos de Santa Teresa e da desconhecida Santa Emerenciana, das tribunas e do trono, assim como o frontal de prata do altar-mor, as banquetas e tocheiros. Em 1855, Antônio Pádua e Castro concluiu as talhas que decoram o interior do templo.

A imagem que ilustra a citação é da segunda metade do século XIX. Ela apresenta a Capela Imperial, antiga Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a igreja Ordem Terceira, ao lado. A Capela Imperial possui um passadiço para o Convento do Carmo.

Breve cronologia:

1648 – Criada a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo em 9 de julho de 1648.

1661 – Início da construção da Capela da Paixão de Cristo pelos Irmãos Terceiros dentro do Convento dos Carmelitas, concluída em 1669.

1755 – Lançamento da pedra fundamental da Igreja da Ordem Terceira, em terreno vizinho ao convento em 16 de julho de 1755. A construção coube ao Mestre português Manuel Alves Setúbal.

1761 – Benzido o medalhão oval em mármore lioz da fachada principal da igreja, que apresenta a Virgem do Carmo em 14 de janeiro de 1761.

1770 – Benção da Igreja pelo provincial da Ordem do Carmo.

1772 – Início da construção da Capela do Noviciado e da execução das talhas por Mestre Valentim, concluídas em 1797.

1850 – Conclusão dos campanários das duas torres da igreja.

1855 – Antônio de Pádua e Castro termina as talhas da nave da igreja em estilo rococó, seguindo a estética neoclássica da época. No mesmo período, as talhas das capelas laterais executadas pelo mestre português Luiz da Fonseca Rosa foram concluídas. Essas capelas representam os passos da Paixão de Cristo em razão da tradição iconográfica das igrejas carmelitas, ser relacionada à Via Crucis. A colocação da imagem de Nossa Senhora do Carmo na base da pirâmide do altar-mor e do Cristo Crucificado no topo enfatiza o último passo da Paixão, tendo a Virgem como medianeira.

Referência iconográfica:

(1)
Mappa Architectural da cidade do Rio de Janeiro
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Reprodução parcial
João da Rocha Fragoso
1874
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil

(2)
Mappa Architectural da cidade do Rio de Janeiro
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Reprodução parcial
João da Rocha Fragoso
1874