Poucos meses depois de chegar ao Rio de Janeiro, no dia 13 de junho de 1808, Dom João decreta a criação de uma fábrica de pólvora, que ocupou, por meio de desapropriação, a área do engenho do português Rodrigo de Freitas, junto à Lagoa de Sacopenapã.
Entusiasmado com a ideia de plantar espécies exóticas, Dom João mandou preparar um terreno para se desenvolver, junto à Fábrica de Pólvora – um Jardim de Aclimação. Mais tarde, no dia 11 de outubro do mesmo ano, o príncipe regente elevou o Jardim de Aclimação à categoria de Horto Real, depois chamado Jardim Botânico. Em 1831, a Fábrica de Pólvora foi transferida e toda a área destinou-se ao plantio de essências exóticas. Na administração de Frei Leandro do Sacramento (1824-1829), o Jardim de Aclimação começou a se assemelhar ao Jardim Botânico de hoje, com suas agradáveis aleias, praças, córregos e quadras.
Conhecida como Casa do Pilão, a antiga unidade da Fábrica de Pólvora possuía uma série de pilões movidos por uma roda d’água que comprimiam a pólvora. Preservada, a Casa do Pilão existe ainda hoje, no atual Jardim Botânico. O portão da antiga fábrica com balas de canhão, também preservado, é igualmente um remanescente histórico.
Entre as espécies estrangeiras introduzidas no Real Horto Botânico, como o abacate, a canela, o coração-de-negro, a lichia, a noz-moscada, o sagu, a fruta-pão, o cajá, a cânfora, o cravo-da-índia e a pimenta, está uma palmeira de tronco muito alto (Oreodoxa oleracea), trazida das Antilhas. Chamada popularmente de “palmeira imperial”, espalhou-se por todo o Brasil como se fosse nativa.
Referências iconográficas:
(1)
Jardim Botânico
J. Gutierrez
Fotografia, 1894
Acervo do Arquivo Nacional – Brasil
(2)
Portão da antiga fábrica de Pólvora. Jardim Botânico
Georges Wambach
Ilustração, 1939
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional