1519 – “Rio” de rio ou de “rivière”?

(1) Terra Brasilis. Lopo Homem. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil
(1) Terra Brasilis. Lopo Homem. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil

O nome “R. de Janeyro” surge escrito, pela primeira vez, em uma carta náutica do “Atlas Müller, de Lopo Homem-Reinés”, Terra Brasilis, de 1515/1519, que se encontra na Biblioteca Nacional da França, em Paris.  A razão do nome “Rio de Janeiro”, no entanto, gera muitas interpretações. Segundo historiadores, a interpretação de que os portugueses teriam confundido a Baía de Guanabara com a foz de um rio – e, por essa razão, o lugar teria se chamado “Rio” -, ainda guarda dúvidas.

A Baía de Guanabara, imensa, com um sem-número de rios desaguando em suas margens, com estreita saída para o oceano, dificilmente poderia ser considerada a foz de um rio por Américo Vespúcio, cosmógrafo que dirigiu a primeira Expedição Costeira ao Brasil, em 1502. O experiente navegador teria se enganado? Como seria possível? Existem outras conclusões sobre a origem do nome “Rio de Janeiro”, entre as quais a de que o nome “rio” teria origem na palavra rivière, que significaria litoral muito recortado, como a rivière francesa ou a rivière italiana. A tradução da palavra rivière, contudo, significa literalmente “rio”. Então, o “Rio” de “Rio de Janeiro” origina-se de “rio” ou de rivière? Como a descoberta da Baía de Guanabara se deu em janeiro de 1502, acredita-se que ela teria sido chamada Rivière du Janvier, depois escrita “R. de Janeyro” no “Atlas Müller de Lopo Homem-Reinés”. Destaca-se que na gravura do livro de Françoise Froger, datada de 1696, a cidade chama-se Rivière de Janeyro. Destaca-se também que a Baía de Guanabara era uma verdadeira rivère, com litoral recortado por rios e manguesais em toda sua orla.


Referência iconográfica:

(1)
Terra Brasilis. Reprodução parcial
Lopo Homem
Mapa, 1519
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil