Com a vitória sobre os franceses e tamoios, os portugueses decidiram abandonar o aldeamento do Morro Cara de Cão e se estabelecer em um lugar definitivo para a cidade. Eles escolheram o Morro do Descanso, depois chamado Morro do Castelo, que ficava dentro da Baía de Guanabara, com vista para a entrada da Barra.
Estabelecida no alto do Morro do Castelo, com uma população de aproximadamente 200 habitantes, a cidade possuía a Igreja e a residência dos padres da Companhia de Jesus, o Armazém Real, a Igreja de São Sebastião e a Casa de Câmara e Cadeia. A partir do Morro do Castelo nasceram as primeiras ruas do Rio, sendo a primeira a Ladeira da Misericórdia, onde, no sopé do morro, foi erguida a Capela da Misericórdia. Da capela se contornava a beira do morro até se alcançar o Caminho Manuel de Brito, que ia, junto ao mar, até o Morro de Manuel de Brito, depois chamado São Bento. Esse caminho, que se tornou a rua mais importante da cidade durante toda a colônia, chamou-se Rua Direita, sendo conhecida atualmente como Rua Primeiro de Março.
Além da localização estratégica da cidade que nascia, para melhor assegurar sua defesa, foram erguidos, no alto do Morro do Castelo, a Fortaleza de São Sebastião e, junto ao mar, a Bateria de São Tiago da Misericórdia, ampliada para Fortaleza, a partir de 1603.
Como parte das grandes intervenções urbanas que ocorreram durante as primeiras décadas do século XX, em 1922 o Morro do Castelo foi demolido impiedosamente. A imagem que ilustra esta narrativa mostra a última missa celebrada na Igreja de São Sebastião, antes do destruição do lugar onde o Rio começou a crescer.
Referência iconográfica:
(1)
Igreja de São Sebastião do Castello. Última missa
Augusto Malta
Fotografia, 1921
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil