1619 – Carmelitas e Nossa Sra. do Ó

(1) Largo do Carmo no Rio de Janeiro colonial. Franz Josef Frühbeck. Commons Wikimedia
(1) Largo do Carmo no Rio de Janeiro colonial
Franz Josef Frühbeck. Commons Wikimedia

Por volta de 1590, havia uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Ó, voltada para o mar, junto ao Caminho Manuel de Brito, que ligava o Morro do Castelo ao de São Bento, chamada Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março. Na ermida, estavam instalados nessa época, os primeiros frades carmelitas do Rio. Têm-se notícias que em 1619 o Governador Rui Vaz Pinto autorizou os carmelitas a retirar pedras da Ilha das Enxadas para a construção de seu convento. Antes de findar o século VIII, o Convento do Carmo já estava erguido.

Ao longo do tempo, recuos espontâneos e aterros do mar formaram uma várzea na frente do convento e em razão do surgimento dessa área, os religiosos pediram ao governo português que o terreno fosse considerado um rossio, sem edificações.

O espaço livre até o mar, na frente do convento, junto à Rua Direita, tornou-se a praça mais importante da cidade colonial. Primeiro, chamou-se Várzea de Nossa Senhora do Ó, depois Terreiro da Polé, Largo do Carmo, Largo Paço dos Vice-Reis, Largo do Paço Real e Imperial, Praça Pedro II e, por último, Praça XV de Novembro. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo viriam a ser construídas apenas no século XVIII.

Destinada a se tornar uma cidade marítima por excelência, o largo junto ao mar, ao reunir edificações dos poderes governamental e religioso, tornou-se o centro da cidade luso-brasileira, representando, no final do século XVIII, espaço de notável valor urbanístico.

A imagem que ilustra esta narrativa é antiga Várzea de Nossa Senhora do Ó transformada na praça mais importante da cidade.  Datada de 1818, a imagem mostra Paço Real, em primeiro plano, e, ao fundo, o Convento e as duas Igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Carmo.


Referência iconográfica:

(1)
Largo do Carmo no Rio de Janeiro colonial
Franz Josef Frühbeck
ca.1818
Fonte: Commons Wikimedia