Em 1761, junto ao antigo Convento dos Carmelitas, dá-se o lançamento da pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que se tornou, anos depois, Capela Real, Capela Imperial, Catedral do Rio de Janeiro e, por último, Antiga Sé.
A Igreja sofreu diversas reformas nas primeiras décadas do século XX, mas manteve preservadas as talhas originais, um dos mais íntegros exemplos do estilo rococó no Rio de Janeiro. Em seu acervo preserva também imagens e objetos de grande valor artístico, entre os quais se destaca a Rosa de Ouro, oferecida pelo Papa Leão XII à Princesa Isabel, pela abolição da escravatura.
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Breve cronologia:
1590 – Por volta de 1590, chegam os primeiros monges carmelitas ao Rio. Eles se instalam na Ermida de Nossa Senhora do Ó, junto ao mar, na área que viria tornar-se o Largo do Carmo. A ermida tornou-se a capela conventual dos carmelitas.
1620 – Inicia-se a construção do Convento dos Carmelitas, no terreno ao lado da ermida, com vista para a atual Praça XV de Novembro.
1646 – Construção de um cano para levar água ao chafariz do Largo do Carmo. O cano atravessou o terreno do convento, na altura da atual Rua Sete de Setembro.
1761 – Pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora do Carmo que viria a ser construída sobre as ruínas da antiga ermida.
1785 – Execução das talhas douradas da igreja, em estilo rococó, por Inácio Ferreira Pinto, também autor das talhas no Mosteiro de São Bento.
1808 – Em 5 de junho de 1808, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo é elevada à condição de Capela Real pelo Príncipe Regente Dom João. Por essa razão, a catedral da cidade, que se localizava na Igreja do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos desde 1737, foi transferida para a Capela Real. Transformada em Capela Real, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo ganhou um frontão de madeira com armas reais, depois modificadas para armas imperiais. Um passadiço sobre a Rua Direita, atual Primeiro de Março, ligando o Convento do Carmo ao Paço Real, permitia o acesso direto do Paço à capela.
1857 – Aberta a Rua do Cano, atual Rua Sete de Setembro, que demoliu uma parte do convento, separando a igreja do mesmo. Depois essa ligação foi refeita por meio de um passadiço de ferro sobre a atual Rua Sete de Setembro, demolido em 1890.
1889 – Iniciam-se as obras de reforma da antiga Capela Imperial, sob o bispado do Conde da Santa Sé – Dom Pedro Maria Lacerda.
1897 – De 1897 a 1930, sob o governo do Cardeal Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, a igreja sofreu uma imensa reforma que modificou as proporções da fachada do antigo templo, conferindo-lhe externamente uma feição inteiramente diferenciada.
1900 – Inauguração da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.
1905 – Demolição da antiga torre sineira.
1913 – Provável conclusão da obra da nova torre, de 52 metros de altura, projeto do arquiteto italiano Rafael Rebecchi. Sobre a torre foram colocados a imagem de Nossa Senhora da Conceição, em bronze, para comemorar o jubileu do dogma da Imaculada Conceição; o brasão das armas do cardeal e um relógio.
1922 – É subtraída a capela original do Santíssimo Sacramento por uma inteiramente nova, mais profunda, em estilo neoclássico.
1976 – A Catedral Metropolitana é transferida para nova edificação na Avenida Chile, e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo passa a se chamar Antiga Sé.
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Fatos históricos:
1816 – Missa do funeral da Rainha Dona Maria I, mãe do Príncipe Regente Dom João.
1817 – Casamento de Dom Pedro I com Dona Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.
1818 – Consagração de Dom João como rei do Brasil e de Portugal, em 6 de fevereiro de 1818.
1819 – Batismo de Maria da Glória, filha de Dom Pedro I, que anos depois viria se tornar Dona Maria II, rainha de Portugal.
1822 – Coroação do Imperador do Brasil Dom Pedro I, em 10 de dezembro de 1822.
1829 – Casamento de Dom Pedro I, que era viúvo, com Dona Amélia de Leuchtenberg.
1841 – Coroação de Dom Pedro II, com 14 anos.
1843 – Casamento de Dom Pedro II com a princesa italiana da Sardenha, Dona Teresa Maria Cristina.
1846 – Batismo da Princesa Isabel.
1864 – Casamento da Princesa Isabel com o Conde d’Eu.
Referências iconográficas:
(1)
Antiga Catedral
Augusto Malta
Fotografia, 1905
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil
(2)
Mappa Architectural da cidade do Rio de Janeiro
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo
Reprodução parcial
João da Rocha Fragoso
1874
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil