Em 1783, o Vice-Rei Luís de Vasconcelos mandou construir, sob o risco do Mestre Valentim da Fonseca e Silva, um jardim sobre o aterro da Lagoa do Boqueirão. Ali, ele construiu o Passeio Público – primeiro jardim público do Brasil para recreio e lazer. Em 1861, o jardim foi remodelado segundo o projeto do paisagista francês Auguste Glaziou, ganhando a feição romântica que conhecemos hoje, com alamedas, curvas, rios, pontes e lagos. Os jacarés de bronze e os obeliscos de pedra, preservados até os dias de hoje no jardim, são referências do antigo projeto do Mestre Valentim.
Há notícias que a primeira lenda de amor na cidade originou-se na história da construção desse jardim. O Vice-Rei teria aterrado a Lagoa do Boqueirão para conquistar o amor de Suzana, uma linda moça que lavava roupas na lagoa. O plano do Vice-Rei, no entanto, não teve qualquer êxito. O coração de Suzana pertencia a um cavalheiro chamado Vicente e ela nunca venderia seu amor a qualquer ilustre senhor ou por qualquer quantia.
Referências iconográficas:
(1)
O Passeio Público
Karl Wilhelm von Theremin
Gravura, 1836
Coleção: MHCRJ-Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro
(2)
Planta do Passeio Público depois da reforma radical realizada por Glaziou
August Glaziou
Desenho técnico, 1862
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil