1816 – Missão Artística Francesa

(1) Vue de la Ville de Rio de Janeiro prise du Convent de Sa. Bento<br> Jean-Baptiste Debret. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil
(1) Vue de la Ville de Rio de Janeiro prise du Convent de Sa. Bento
Jean-Baptiste Debret. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil
(2) Vue de la mème ville, prise de l´Église de N.D. de la Gloire Jean-Baptiste Debret. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil
(2) Vue de la mème ville, prise de l´Église de N.D. de la Gloire
Jean-Baptiste Debret. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil

Debret (1768-1848) viveu 15 anos no Brasil, de 1816 a 1831. Foi professor da Academia de Belas-Artes, trabalhou pela permanência da Missão Francesa e pelo ensino da pintura histórica. Escreveu, em três volumes, a obra Voyage Pittoresque et Historique au Brésil. Ele retratou índios, cenas de escravos, tropeiros, religiosos, comerciantes e militares, imagens da Corte, de nobres e reis, paisagens urbanas e rurais, celebrações, frutos e animais. Deixou um dos mais valiosos testemunhos iconográficos de nossa sociedade.

Grandjean de Montigny (1776-1850), considerado uma referência primordial do neoclassicismo no Brasil, construiu algumas obras no Rio de Janeiro, como a Academia Imperial de Belas-Artes e a Praça do Comércio, junto ao mar, próxima ao Largo do Paço. Ele foi professor da Academia onde formou, pela primeira vez no Brasil, vários profissionais de nível superior em Arquitetura. A contar de 1825, até o findar de sua estada no Rio de Janeiro, Grandjean de Montigny apresentou diversas propostas urbanísticas para a cidade, que dizia servir para a “reestruturação da Capital do Império”. Ele não criou um plano urbanístico e uma série de projetos para o centro administrativo da capital, adotando a tradição clássica francesa de praças e avenidas monumentais, fachadas uniformes e novos palácios para o poder governamental. Os projetos urbanísticos de Grandjean não foram realizados.

Além do incalculável legado que o trabalho desses franceses representou para a história e cultura da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil, a Missão Francesa deixou uma preciosa semente para os brasileiros e cariocas: a Academia de Belas-Artes que começou a funcionar com cursos regulares em 1826. Finalmente, em 1840, iniciaram-se as primeiras exposições de arte em nossa terra, abertas a todos os cidadãos.

Vieram na Missão Francesa os seguintes artistas e técnicos:

Nicolás-Antoine Taunay – pintor de paisagens e batalhas
Auguste-Marie Taunay – escultor
Jean-Baptiste Debret – pintor de história
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny – arquiteto
Charles Simon Pradier – gravador
François Ovide – professor de mecânica
Sigismund Neukomm – músico

Posteriormente chegaram também:

Marc Ferrez – escultor
Zéphyrin Ferrez – gravador

Além dos artistas vindos com Missão Artística, o Rio de Janeiro do século XIX foi contemplado com o trabalho de muitos outros franceses, entre os quais, encontram-se:

Auguste Étienne François Mayer – pintor
Charles Maurand – gravador de xilogravuras
Nicolas e Félix-Émile Taunay, pai e filho – pintores
François-Auguste Biard – pintor
François-René Moreaux – pintor e fotógrafo
Henri Nicolas Vinet – desenhista e pintor


Referências iconográficas: 

(1) Vue de la Ville de Rio de Janeiro prise du Convent de Sa. Bento.
Voyage Pittoresque et Historique au Brésil.
Jean-Baptiste Debret.
Litografia a cores, 1835
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil

(2) Vue de la mème ville, prise de l´Église de N.D. de la Gloire.
Voyage Pittoresque et Historique au Brésil.
Jean-Baptiste Debret
Litografia a cores, 1835
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil